Adjunto Adnominal x Complemento Nominal: Explicação + exercícios

Adjunto Adnominal
É o termo acessório que explica, determina ou especifica um núcleo de função sintática. Os
adjuntos adnominais prendem-se diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualquer
participação do verbo. Isso é facilmente percebido, quando substituímos um substantivo por um
pronome: todos os adjuntos adnominais que gravitam ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo
nessa substituição, ou seja, os adjuntos adnominais desaparecem..
Ex.
As esplendorosas paisagens do litoral brasileiro deixam os turistas estrangeiros extasiados.
Analisando sintaticamente a oração, teremos:
Verbo deixar: Verbo Transitivo direto, pois quem deixa, deixa alguém.
Sujeito: quem é que deixa os turistas extasiados?
Resposta: As esplendorosas paisagens do litoral brasileiro;
núcleo do sujeito: paisagens. Então o sujeito é simples.
Polícia Rodoviária Federal
Apostila de Português para Concursos 160
Se substituirmos o núcleo do sujeito por um pronome, teremos:
Elas deixam os turistas estrangeiros extasiados.
Portanto as, esplendorosas e do litoral brasileiro funcionam como adjunto adnominal.
Objeto Direto: As paisagens deixam quem?
Resposta: os turistas estrangeiros;
núcleo do objeto direto: turistas.
Se substituirmos o núcleo do objeto direto por um pronome, teremos:
As esplendorosas paisagens do litoral brasileiro deixam-nos extasiados.
Portanto os e estrangeiros funcionam como adjunto adnominal.
Perceba que a palavra extasiados não desapareceu na substituição do substantivo por um pronome.
Então ela não é adjunto adnominal, e sim predicativo do objeto, pois qualifica o núcleo do objeto direto
turistas.
Outras maneiras de se comprovar a existência do adjunto adnominal:
01) Todas as palavras que surgirem antes do núcleo, dentro da função sintática, funcionam como adjunto
adnominal.
Por exemplo: Quase todos os brasileiros já se decepcionaram com o governo. Quase todos os funcionam
como aa, pois surgem antes do núcleo brasileiros.
02) Todas as palavras sem preposição que surgirem após o núcleo, dentro da função sintática, funcionam
como adjunto adnominal.
Por exemplo: Os cidadãos londrinenses revoltaram-se contra o prefeito. Londrinenses funciona como aa,
pois não há preposição e surge após o núcleo cidadãos.
03) Todas as palavras com ou sem preposição que surgirem após o núcleo, dentro da função sintática,
funcionam como adjunto adnominal, desde que o núcleo seja um substantivo concreto.
Por exemplo: Os anéis de ouro foram roubados. de ouro funciona como aa, pois anéis é substantivo
concreto.
04) Todas as palavras com a preposição de que indicarem posse (algo de alguém), dentro da função
sintática, funcionam como adjunto adnominal.
Por exemplo: Os anéis do rei foram roubados. do rei funciona como aa, pois indica posse: Algo de alguém
= Os anéis do rei.
05) Todas as palavras com preposição, dentro da função sintática, que praticarem a ação contida no
núcleo, funcionam como adjunto adnominal.
Por exemplo: A resposta do aluno foi considerada certa. do aluno funciona como aa, pois o aluno praticou
a ação de responder.
06) O pronome relativo cujo sempre funciona como adjunto adnominal.
07) Os pronomes oblíquos átonos me, te, lhe, nos, vos e lhes funcionarão como adjunto adnominal,
quando tiverem valor possessivo, ou seja, quando puderem ser substituídos por meu(s), teu(s), seu(s),
nosso(s), vosso(s), minha(s), tua(s), sua(s), nossa(s), vossa(s).
Por exemplo: A mãe ajeitou-lhe o vestido = A mãe ajeitou o seu vestido ou A mãe ajeitou a vestido dela.
08) Quando o adjunto adnominal for representado por uma oração, receberá o nome de Oração
Subordinada Adjetiva Restritiva.
Por exemplo: Os alunos que não estudam têm dificuldades no futuro. Sujeito: Quem tem dificuldades?
Resposta: Os alunos que não estudam. Que não estudam é oração que funciona como aa.
Complemento Nominal
É o termo da oração que completa a significação de um nome ( adjetivo, advérbio ou substantivo
abstrato), por intermédio de uma preposição.
Funcionarão como complemento nominal:
01) Todas as palavras com preposição, dentro da função sintática, que forem pacientes ou destinatários
da ação contida no núcleo.
Por exemplo: A construção do prédio foi considerada um erro. do prédio funciona como CN, pois o
prédio é elemento paciente em relação à ação de construir (Alguém construiu o prédio). Temos confiança
em nossos amigos. em nossos amigos funciona como CN, pois é elemento destinatário em relação à ação
de confiar (Nós confiamos em nossos amigos).
Polícia Rodoviária Federal
Apostila de Português para Concursos 161
02) Os pronomes oblíquos átonos me, te, lhe, nos, vos e lhes funcionarão como complemento nominal,
quando possuírem valor de “a alguém”, não provindo a preposição de verbo.
Por exemplo: Tenho-lhe respeito. lhe funciona como CN, pois poderemos substituir por Tenho respeito a
alguém, sendo que a prep. a não provém do verbo ter.
03) Quando o complemento nominal for representado por uma oração, daremos o nome de Oração
Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
Por exemplo: Temos confiança em que conseguiremos nosso intento. Em que conseguiremos nosso
intento é oração subordinada substantiva completiva nominal.
Exercícios

  1. Faça a análise sintática das frases seguintes. Indique quais são os núcleos das diferentes funções
    sintáticas e os adjuntos adnominais que se subordinam a ele.
    a) Um novo comportamento empresarial deve ser incentivado.
    b) Muitos candidatos despreparados pedem votos pouco críticos a eleitores desinteressados.
    c) Os garimpeiros têm transmitido doenças graves aos índios da Amazônia.
    d) Um redator eficiente deve comunicar informações claras e realmente importantes ao público
    interessado.
  2. Explique por meio de seu conhecimento das funções sintáticas a ambigüidade da seguinte frase: “Não
    posso julgar aquela atitude inusitada”.
  3. Explique por meio de seu conhecimento das funções sintáticas a ambigüidade das seguintes frases:
    a) Não serei mais um pichador nesta cidade!
    b) É um absurdo que tenhamos medo de criança!
    RESPOSTAS
    1-
    a) sujeito determinado simples: um ovo comportamento empresarial; núcleo: comportamento;
    adjuntos adnominais: um, novo, empresarial; predicado verbal: deve ser incentivado (voz
    passiva analítica)
    b) sujeito determinado simples: muitos candidatos despreparados; núcleo: candidatos; adjuntos
    adnominais: muitos, despreparados; predicado verbal: pedem votos pouco críticos a eleitores
    desinteressados; verbo transitivo direto e indireto: pedem; objeto direto: votos pouco críticos;
    núcleo: votos; adjunto adnominal: pouco críticos; objeto indireto: a eleitores desinteressados;
    núcleo: eleitores; adjunto adnominal: desinteressados.
    c) sujeito determinado simples: Os garimpeiros; núcleo: garimpeiros; adjunto adnominal: os;
    predicado verbal: têm transmitido doenças graves aos índios da Amazônia; verbo transitivo
    direto e indireto: têm transmitido; objeto direto: doenças graves; núcleo: doenças; adjunto
    adnominal: graves; objeto indireto: aos índios da Amazônia; núcleo: índios; adjuntos
    adnominais: os, da Amazônia.
    d) sujeito determinado simples: Um redator eficiente núcleo: redator adjuntos adnominais: um,
    eficiente predicado verbal: deve comunicar informações claras e realmente importantes ao público
    interessado verbo transitivo direto e indireto: deve comunicar objeto direto: informações claras
    e realmente importantes núcleo: informações adjunto adnominal: claras e realmente importantes
    objeto indireto: ao público interessado núcleo: público adjunto adnominal: o, interessado.
    2- O aluno deve perceber que inusitada pode ser classificado como adjunto adnominal ou como
    predicativo do objeto – em ambos os casos, o termo caracterizado é “aquela atitude”. Na primeira
    interpretação, quem fala se nega a julgar uma inusitada atitude inusitada por alguém; na segunda
    interpretação, quem fala se nega a considerar inusitada uma determinada atitude.
    3- O aluno deve perceber que em ambas as frases ocorre um mesmo problema sintático; a possibilidade
    de se analisar um termo como adjunto adnominal ou como complemento nominal. Os termos envolvidos
    são “desta cidade” e “de criança”. Se “desta cidade” for adjunto adnominal, a frase signfica “não serei
    mais um pichador nesta cidade”. Se “de criança” for adjunto adnominal, a frase significa ”é absurdo que
    tenhamos um medo infantil”; se “de criança” for complemento nominal, a frase significa “é absurdo que
    as crinças causem medo”.

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